Comida e futebol: tropeiro e bolinho de feijão batem um bolão

Comida boa é o que não falta no estádio Independência em Belo Horizonte. Confira!

Comida boa é o que não falta no estádio Independência em Belo Horizonte. Confira!

Por Isabel de Andrade*

Em dias de jogos, o coração do torcedor bate mais forte, dá aquela ansiedade para chegar logo ao estádio e ver o time conquistar a vitória. E o clima não seria o mesmo sem os protagonistas da gastronomia que fazem parte dessa festa do futebol. Os vencedores nesse quesito apontados pelos torcedores são o tropeiro e o bolinho de feijão.

Um dos locais mais frequentados durante os jogos do Galo no Indepa é a garagem que serve de suporte para o cozinheiro Watila Presley há quatro anos e que fica na rua Pitangui, 3204, no Horto, a poucos passos da entrada do estádio. O local é parada obrigatória para o torcedor atleticano que faz questão de comer um delicioso tropeiro.

A receita começa a ser feita bem cedo. Às 6h, Watila dá início ao preparo do tropeiro que será levado para o jogo marcado para 18h. Ele conta que chega a vender 200 marmitex em um só dia. Aprendeu a cozinhar com a mãe e garante que faz o melhor tropeiro do entorno do Indepa, mas não conta o segredo da receita de jeito nenhum. Watila acredita que o prato tem a cara do futebol. “É o carro chefe, todo mundo vem para o campo para comer o tropeiro”, diz.

O Balconista Denis faz questão de comer o tropeiro

O balconista Dênis Rafael Ribeiro concorda com Watila. “Futebol sem tropeiro não é futebol”, diz. Ele sempre assiste aos jogos do Atlético e é cliente do Watila. Não economiza elogios ao atendimento, à cerveja gelada, ao churrasco e, claro, ao delicioso tropeiro. E quem pensa que ele deixa para almoçar quando chega ao estádio está muito enganado. “Eu almoço em casa e pego o segundo tempo no Watila”, confessa.

O bolinho de feijão é tradição de 50 anos na família da Lourdinha

O outro protagonista desta festa de sabores é o bolinho de feijão. O da Maria de Lourdes Souza Oliveira faz sucesso no entorno da Arena Independência. Ela traz 300 bolinhos e volta para casa com o cesto vazio. Vende cada unidade a R$ 2.

De acordo com a Lourdinha, como é conhecida a vendedora, a procura é grande tanto na entrada quando na saída do estádio. Ela diz que o segredo de tanto sucesso é a forma de preparo da receita. “Tem que lavar o feijão até tirar a casca, deixar quatro horas de molho e passar na máquina. O tempero é só sal e pimenta”, revela.

O bolinho de feijão é uma tradição de família que começou há 50 anos. Lourdinha aprendeu a receita com o pai, Valcir Ferreira de Oliveira, que já faleceu. Os filhos dão continuidade ao trabalho. São cinco irmãos que fabricam em casa e vendem não só no Indepa e Mineirão, mas também em outros locais como a Feira do Eldorado, em Contagem, bairro Santa Tereza e Serra do Cipó, na região metropolitana de Belo Horizonte.

Eliton sempre prova um bolinho de feijão em dia de jogos

O marceneiro Eliton Lúcio Rodrigues, que mora em Santa Luzia, sempre assiste às partidas do Galo. “De 10 jogos do Atlético, venho em 11”, brinca. Para ele, a comida mineira é a cara do futebol. Eliton fez questão de comer um bolinho de feijão antes de entrar no estádio e quando soube que a receita é uma tradição de família achou que a iguaria ganhou um sabor ainda mais especial.

Fotos: Isabel de Andrade

*Isabel Andrade é Jornalista e Colaboradora do Territórios Gastronômicos

** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do Portal UAI.

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