Exemplo de inspiração: a vida de Manduca ficou mais doce com o pé de moleque

No primeiro dia do ano, o Territórios Gastronômicos vai compartilhar com você a história inspiradora do Manduca. Ele decidiu mudar o rumo do destino e deixou a vida mais doce depois que escolheu fabricar pé de moleque e montou a fábrica de doces artesanais Serra Negra. E ele nunca se esquece do “anjo” que cruzou a sua trajetória e ensinou o caminho para que esse sonho se realizasse.

No primeiro dia do ano, o Territórios Gastronômicos vai compartilhar com você a história inspiradora do Manduca. Ele decidiu mudar o rumo do destino e deixou a vida mais doce depois que escolheu fabricar pé de moleque e montou a fábrica de doces artesanais Serra Negra. E ele nunca se esquece do “anjo” que cruzou a sua trajetória e ensinou o caminho para que esse sonho se realizasse.

Por Isabel de Andrade*

Foi em 2015 que o Armando Ferreira, mais conhecido como Manduca, decidiu dar uma guinada na vida. Ele era funcionário de uma usina de concreto de uma grande construtora. Ia onde a obra estava. Chegava a ficar 90 dias afastado de casa. Sentia muita falta da família e queria ficar mais perto. Foi aí que tomou a decisão de se desligar da firma e investir em um negócio próprio.

Não foi difícil escolher que caminho profissional seguiria dali pra frente. Decidiu investir na fabricação de pé de moleque. E era mais do que um negócio. Era o resgate da memória afetiva da família. É que na infância, em Sete Lagoas, na região central de Minas, o doce era preparado pela avó de Manduca. E ele tinha uma certeza: queria fabricar o pé de moleque igualzinho ao que comia quando era criança.

Manduca fabrica doces artesanais e o pé de moleque é o carro-chefe ( Foto: Isabel de Andrade)

Deu início, então, à empreitada rumo à realização do sonho. O caminho não foi fácil. Às vezes, o doce ficava mole. Outras vezes, duro demais. Manduca conta que os colegas e parentes eram as cobaias. “Eu dava doce pra todo mundo”, lembra morrendo de rir.

Manduca não tinha a receita. Só mesmo a memória do gosto do doce que marcou a sua infância. Por isso, era necessário se debruçar sobre os testes. Mas, isso não era suficiente. Por isso, ele foi em busca da técnica. Descobriu na internet um produtor que se transformou em uma esperança. Só sabia que ele se chamava Edson e morava em Piranguinho, cidade considerada a capital do pé de moleque. “Quem quer aprender tem que procurar conhecimento”, diz.

Manduca arrumou a mala e seguiu com a esposa, Heloisa Helena, para Piranguinho. Percorreu todas as barracas da cidade onde é vendido o pé de moleque em busca do segredo da receita perfeita. Em vão. Descobriu o endereço do Edson. Foi até a casa dele e dali pra frente, a sua vida estava prestes a se transformar.

Armando explicou para Edson que tinha o propósito de cuidar da família produzindo pé de moleque. Contou que tinha pedido demissão do emprego e pediu ao produtor para ensinar-lhe o caminho das pedras. Foi atendido. Manduca se lembra desse momento com lágrimas nos olhos. Ele faz questão de deixar claro o sentimento de gratidão que nutre por aquele que teve a generosidade de compartilhar tamanho conhecimento e considera o Edson um verdadeiro anjo que apareceu em sua vida no momento certo.

O pé de moleque da Serra Negra faz sucesso entre os clientes ( Foto: reprodução Instagram)

Dali pra frente, foi só alegria. Depois de fazer alguns testes, Manduca chegou à receita perfeita. Começou a fabricar o pé de moleque e criou a empresa de doces artesanais Serra Negra. São produzidos três tipos de pés de moleque: com amendoim moído, triturado e inteiro. Com o tempo, o cardápio foi se diversificando e Manduca fabrica também a cocada morena e branca, doce de leite cremoso, doce de leite de corte, coco queimado, chips de coco salgados.

O pé de moleque mudou a vida do Manduca e da família dele ( Foto: Isabel de Andrade)

A fábrica fica em Betim, na região metropolitana de Belo Horizonte. Os produtos podem ser encontrados em feiras e eventos realizados na grande BH e outras regiões do estado. A Serra Negra tem clientes também no Espírito Santo, Florianópolis, Brasília, Rio de Janeiro, São Paulo e Ipatinga, no Vale do Aço mineiro.

Armando conseguiu trilhar o caminho que planejou. Está perto da família, resgatou a tradição que começou com a avó, tem qualidade de vida. Foi persistente, perseverante e está exatamente onde queria. “É o dia a dia que mostra pra gente qual caminho seguir. E o meu agora é o doce”, finaliza.

Serviço

Contato: (31) 98305-9097

Instagram: @serranegra_doces

** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do Portal UAI.

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Chefs e Mestres
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