Chef Mineirim valoriza os frutos do cerrado na produção de geleias artesanais.
Por Isabel de Andrade*
Os frutos do cerrado ocupam um lugar especial no cardápio da empresa Chef Mineirim. O negócio, que pertence à engenheira de alimentos, Alaíde Mendonça Natalino Carvalho, valoriza um ingrediente que é típico da região onde ela vive, Uberlândia, no Triângulo Mineiro.
De cor e em ordem alfabética, Alaíde lista os 11 sabores de geleias com que trabalha: araçá, araticum, buriti, cagaita, gabiroba, jatobá, jenipapo, mangaba, mama-cadela, murici e pequi. Preciosidades que, na maioria das vezes, são fornecidas diretamente pela natureza. É que, segundo a empresária, os frutos são muito encontrados em pastos às margens de estradas. Aí, é só parar o carro e colher.
Para mapear as áreas ricas em cultivo, a empresária conta com uma importante ajuda. O marido, André Furtado, é engenheiro agrônomo e dá uma força e tanto na hora de identificar os locais onde os frutos podem ser encontrados. Desde o início do negócio, ele orientou Alaíde na pesquisa para o desenvolvimento das geleias.
Ao valorizar os frutos como ingredientes principais, Alaíde e André ajudam a fomentar o extrativismo na região sem prejudicar o meio ambiente. Segundo eles, a atividade da Chef Mineirim é um incentivo para que os produtores rurais tenham uma renda a mais com a venda dos frutos, tão abundantes nas áreas de reserva, que devem ser preservadas. “Algumas pessoas já despertaram para isso na nossa região”, conta.
A engenheira de alimentos explica que o sabor dos frutos do cerrado é muito pronunciado. “É aquela fruta que a pessoa ama ou odeia”, brinca. E ela encara com otimismo o desafio de deixar o produto bem agradável ao paladar de qualquer pessoa. Para provar que está certa, ela desenvolveu o brigadeiro de pequi. “A gente pensou no brigadeiro por ser uma coisa mais brasileira”, explica. Alaíde conta que foi uma das pioneiras ao produzir o brigadeiro de pimenta.
Com os antepastos, que foram incluídos na linha de produção depois das geleias, Alaíde encara o mesmo desafio. Elege ingredientes não tão unânimes e faz deles grandes protagonistas. O antepasto de jiló, por exemplo, perde todo o amargor. O de abobrinha com tomate seco surpreende o paladar. “É interessante ver a reação das pessoas. Elas percebem que fica saboroso”, comemora a empresária.
Alaíde também fabrica antepastos com pimenta biquinho e com a tradicional berinjela. Em muitas receitas, utiliza a castanha de baru, que é muito abundante na região e passou a ser bastante incorporada às receitas servidas em restaurantes pelos chefs de cozinha.
Recentemente, Adelaide lançou o antepasto de ora-pro-nóbis, um ingrediente bem mineiro e diferenciado. E a empresária não se cansa de estabelecer novos desafios. O próximo é testar a receita com taioba e quiabo. Quando se fala em mineiridade, a Chef Mineirim se faz presente. Aliás, não foi por acaso que recebeu esse nome.
Serviço
A Chef Mineirim também produz geleias nos sabores tradicionais, além de doces em compotas. Os produtos podem ser adquiridos em empórios e pelo site chefmineirim.com.br
** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do Portal UAI.