2 receitas históricas: Broa d'Água e Pastel de Pobre - Territórios Gastronômicos

2 receitas históricas: Broa d’Água e Pastel de Pobre

Minas 300 anos. Conheça duas receitas antigas que contam histórias das cozinhas dos quintais de Minas. Histórias que valorizam a criatividade e sabedoria de nossas mestras quitandeiras para superar momentos de dificuldades e alimentar suas famílias.

Minas 300 anos. Conheça duas receitas antigas que contam histórias das cozinhas dos quintais de Minas. Histórias que valorizam a criatividade e sabedoria de nossas mestras quitandeiras para superar momentos de dificuldades e alimentar suas famílias.

Broa d’água

Da Série: Quintais e Quitandas de Minas Gerais*

Ingredientes:

– 1 xícara (chá) de açúcar cristal

– 2 xícaras (chá) de fubá

– 1 xícara (chá) de farinha de trigo

– 1 ovo

– 1 pitada de sal

– 2 colheres (de arroz) de óleo

– Erva doce a gosto

– 1 colher (chá) de bicarbonato de sódio

– 1 xícara e meia (chá) de água

– Folha de bananeira

Preparo

Em uma vasilha, misturar os ingredientes.

Forrar uma panela média, de aproximadamente 25 centímetros de diâmetro, com a folha de bananeira e despejar a massa.

Há duas maneiras de assar a broa. Para seguir a tradicional, pôr uma tampa por cima da panela, com a boca virada para cima e cheia de brasas. Levar a panela ao fogo, no fogão a lenha, e deixar assar por cerca de 40 minutos, até dourar.

A outra maneira é levar a panela ao forno a gás, sem a tampa, e deixar assar até que a broa fique bem corada por cima.

Pastel de Pobre

Da Série: Quintais e Quitandas de Minas Gerais*

– 2 xícaras (chá) de farinha de trigo

– 1 pitada de sal

– 2 colheres (sopa) de óleo

– 1 xícara (chá) de água morna

– 2 colheres (sopa) de queijo ralado

– Óleo para fritar

Preparo:

Em uma vasilha, misturar a farinha, o óleo, o queijo e o sal.

Aos poucos, pôr a água e amassar, até obter uma massa homogênea.

Com um rolo, abrir a massa, sem que ela fique com a espessura muito fina.

Com a boca de um copo, cortar círculos de massa e unir as duas extremidades, fechando com um garfo.

Aquecer óleo suficiente para cobrir e fritar os pastéis.

*Receitas fornecidas por Ilda Maria Gonçalves, de Igarapé para o Projeto Sabores de Minas

(foto: Jair Amaral/EM)
(foto: Jair Amaral/EM)

Doce magia dos quintais

Em nossa culinária, as receitas se originam das mais diversas situações. As tradicionais, que atravessam gerações, se mostram frutos da fusão de culturas, retocadas a cada cozinha em que chegam. Já outras, mais curiosas, nascem de necessidades do momento e, graças à criatividade de quem as inventa, se tornam desejadas. Ilda Maria Gonçalves, de Igarapé, mostra, em seu fogão, exemplos claros dessa teoria.

As receitas de pastel de pobre e broa d%u2019água, criadas para driblar as dificuldades do dia a dia, fazem sucesso entre a família e amigos. “Antigamente, as coisas eram muito difíceis. Tínhamos que aproveitar ao máximo o que havia na cozinha.” A água, nessa receita de broa, entra no lugar do leite e, no caso do pastel, o nome vem da ausência de recheio. Mesmo modestas, as iguarias agradam a todos, principalmente nos festejos juninos, quando brilham na mesa de quitutes.

Criada na roça, Ilda aprendeu a cozinhar ainda criança. Com a avó, preparava a refeição para a família e trabalhadores da propriedade, em uma rotina que começava antes das 9h, quando era servido o almoço, passava pelo jantar, que era às 15h, e terminava à noite, com o preparo de angu com leite, última refeição do dia. Anos de prática resultaram em muita sabedoria e, é claro, em perfeição.

Mapa dos Territórios Gastronômicos de Minas Gerais: O município de Igarapé está localizado no Território Central/Entorno

EA/TG – CENTRAL / ENTORNO

** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do Portal UAI.

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