Menopausa: o que comer para prevenir e aliviar os sintomas - Territórios Gastronômicos

Menopausa: o que comer para prevenir e aliviar os sintomas

Enfrentar a menopausa pode ser um desafio para muitas mulheres. Confira as dicas da nutricionista Gláucia Hübner para fazer da alimentação uma aliada.

Menopausa e alimentação

Enfrentar a menopausa pode ser um desafio para muitas mulheres. Confira as dicas da nutricionista Gláucia Hübner para fazer da alimentação uma aliada.

Por Gláucia Hübner, nutricionista*

A menopausa não é uma disfunção, tampouco uma doença. É algo natural, mas que requer cuidados. Acontece quando a mulher passou por mais de 12 meses sem menstruar. Algumas mulheres passam por ela sem nenhum sintoma. Porém, para outras, essa fase pode trazer ondas de calor, alterações de humor e de sono, dor durante a relação sexual, depressão, ganho de peso, falta de energia ou uma combinação de vários desses sintomas. A partir daí, aumentam as chances de osteoporose e doenças cardiovasculares.

Geralmente, a menopausa ocorre entre 45 e 55 anos, mas a prevalência de mulheres com sintomas antes dessa idade tem aumentado. Em alguns casos, ela pode ser desencadeada como consequência de algumas intervenções: retirada dos ovários, que produzem hormônios, e em decorrência do uso de alguns quimioterápicos.

A fase anterior à menopausa é chamada de perimenopausa, em que os ciclos menstruais começam a ficar mais irregulares e alguns dos sintomas da menopausa já começam a surgir.

Na grande maioria dos casos, é ideal que sejam feitas as dosagens de hormônios no sangue periodicamente para se acompanhar essa fase de transição. A reposição hormonal só deve ser feita com acompanhamento médico.

Nutrição na menopausa: como a alimentação pode te ajudar a se sentir melhor

As ondas de calor estão entre os sintomas mais comuns, acometendo cerca de 75% das mulheres na menopausa. Dentre os fitoterápicos comumente utilizados, está a amora, que pode ser consumida em forma de chá. Evitar alimentos termogênicos, ou seja, aqueles que elevam a temperatura corporal, também ajuda bastante: gengibre, cravo, canela, bebidas alcoólicas, pimentas, café. Procurar consumir água e demais líquidos em temperatura mais fria também é uma boa estratégia, além de evitar vestimentas e roupas de cama de material sintético.

Muitas mulheres se queixam do ressecamento de pele, cabelo, unhas e até mesmo vaginal, o que pode ser amenizado com alimentos à base de ômega 3, como peixes, oleaginosas (nozes, amêndoas, castanhas, macadâmias, avelãs), azeite extra virgem, além de ser necessário manter uma hidratação satisfatória.

Menopausa e alimentação

Existem também opções mais naturais, que podem ser avaliadas caso a caso, com grandes chances de melhora desse desconforto. Lembrando que o ressecamento vaginal, se não for tratado adequadamente, favorece infecções urinárias de repetição.

A alteração no sono pode ser melhorada com vários recursos de higiene do sono: banho relaxante antes de deitar, chás sem cafeína, aromaterapia, quarto bem escuro, além das estratégias para melhora das ondas de calor, que frequentemente fazem as mulheres acordarem à noite.

Existem também fitoterápicos que ajudam a induzir e manter o sono. Ter níveis adequados de melatonina também favorece um sono reparador, o que deve ser feito de forma orientada, com dosagem a ser avaliada individualmente. As frutas vermelhas são fontes de melatonina natural e podem ajudar bastante.

Menopausa e alimentação

Oscilações de humor acontecem com frequência e requerem atenção especial. Alimentos fontes de complexo B como os cereais integrais, ovo e fontes de proteínas auxiliam na produção de neurotransmissores, que ajudam a controlar melhor os sintomas. Além disso, alguns fitoterápicos também podem ser úteis.

Menopausa e alimentação

As chances de osteoporose aumentam devido ao declínio da produção hormonal. Manter um consumo regular de alimentos fontes de cálcio, magnésio, vitamina K, boro e vitamina D é imprescindível. Nem sempre o consumo exacerbado de laticínios previne osteoporose, uma vez que ele não contém os demais nutrientes que favorecem a chegada desse cálcio ao osso, levando a calcificações em outros órgãos. Além do mais, o metabolismo final dos laticínios é ácido, o que em excesso favorece a descalcificação óssea, ao contrário do que muitos imaginam.

A atividade física constante e bem orientada é fundamental na manutenção da massa óssea. A suplementação de cálcio, quando necessária, precisa estar combinada com todos os nutrientes necessários à metabolização desse mineral.

Manter um adequado consumo de proteínas, distribuídas ao longo do dia, ajuda a evitar a perda de massa muscular. Quando associado à atividade física, o resultado é ainda melhor e, de fato, é o que ajuda na manutenção e ganho de massa muscular. Sempre priorizar proteínas de fácil digestão. Se necessário, recorrer a uma suplementação bem orientada. Importante lembrar que consumir proteínas em excesso provoca sobrecarga renal, acidifica o organismo e, de forma isolada, não gera músculos mais definidos ou volumosos.

Terapias holísticas também podem contribuir para a melhora da qualidade de vida. Enfim, para cada mulher, com seus respectivos sintomas, deve ser traçado um plano de tratamento que atenda à demanda individual. Afinal, cada mulher é única.

Serviço:
Instagram: @glauciahubner
Site: nutricaoesaude.com.br
YouTube: Nutricionista Gláucia Hübner Gonçalves

** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do Portal UAI.

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