Dieta e estilo de vida para equilibrar a Síndrome do Ovário Policístico - Territórios Gastronômicos

Dieta e estilo de vida para equilibrar a Síndrome do Ovário Policístico

Entenda como a alimentação e o estilo de vida podem ajudar a equilibrar seus hormônios e aliviar os sintomas.

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Entenda como a alimentação e o estilo de vida podem ajudar a equilibrar seus hormônios e aliviar os sintomas.

Por Gláucia Hübner, nutricionista*

A Síndrome do Ovário Policístico (SOP) é um distúrbio hormonal crônico, em que há um aumento dos ovários, com pequenos cistos na parte interna dos órgãos, levando a um ciclo menstrual irregular ou ausente, independente do fluxo intenso ou não.

Pode se manifestar de diferentes formas em cada mulher. Não costuma causar dor e, exatamente, por isso, é uma doença silenciosa. Fatores genéticos e ambientais também estão relacionados ao surgimento da síndrome.

Acomete 1 em cada 5 mulheres em idade reprodutiva e pode afetar a fertilidade, além de estar relacionada a uma maior predisposição ao diabetes, hipertensão, depressão e ansiedade.

O diagnóstico é feito com base em exames de sangue e ultrassom. Quando de forma mais grave, pode evoluir para um câncer de endométrio. O tratamento deve ser sempre individualizado.

O acompanhamento nutricional e a atividade física são tratamentos de primeira linha, capazes de amenizar vários dos sintomas, uma vez que favorecem a redução do ganho de peso, melhoram a sensibilidade à insulina e os problemas de pele, em especial a acne. Além disso, podem facilitar o retorno dos ciclos ovulatórios.

O que deve ser inserido na dieta e o que deve ser evitado

Geralmente essas mulheres apresentam múltiplas deficiências nutricionais, em especial de vitaminas, minerais e antioxiadantes, que, quando corrigidos por meio da alimentação e da suplementação, conferem maior qualidade de vida.

A suplementação somente deve ser feita sob orientação profissional, visto que realizada de forma errada, pode trazer ainda mais desequilíbrios. Ela não substitui a alimentação. Vale lembrar que tanto a carência quanto o excesso de nutrientes geram complicações.

Estudos mostram que manter níveis ótimos de vitamina D, complexo B, cálcio, magnésio, selênio, zinco, cromo, melatonina, ômega 3 e vitamina E, dentre outros nutrientes, é fundamental para amenizar sintomas e desconfortos.

Priorizar os carboidratos de digestão mais lenta faz parte das estratégias, assim como evitar o consumo de açúcar, bebida alcoólica, frituras, refrigerantes, bebidas açucaradas.

Optar pelos tubérculos, tais como batata, baroa, mandioca, inhame e batata-doce em substituição aos pães e massas pode ajudar bastante.

Batata-doce

Investir em ômega 3 sob a forma de peixes ou oleaginosas também vale a pena. Dentre as oleaginosas, destaca-se também o fato delas serem ricas em selênio, um potente antioxidante. Mas, não convém abusar. Consumir com moderação é a dica de ouro.

Vegetais verde-escuros e grão-de-bico são excelentes fontes de magnésio, um mineral que tem mais de 300 funções no organismo e se destaca na manutenção dos níveis ótimos de glicose e pressão arterial.

O complexo B é encontrado geralmente nos cereais integrais, carnes, ovos, cogumelos. Manter uma boa diversidade desses alimentos é importante.

Cogumelos

Em relação às carnes, optar pelas carnes brancas é mais interessante, atentando-se também para a forma de preparo: grelhadas, assadas ou cozidas. Evitar o consumo de embutidos também é recomendável, mesmo aqueles que erroneamente são considerados saudáveis, como o peito de peru.

Laticínios podem piorar a acne e favorecer a resistência à insulina. Por isso, devem ser consumidos conforme orientação. Lembrando que não somente eles são fontes de cálcio. Existem outros alimentos que também podem contribuir com esse mineral: verduras verde-escuras, gergelim, semente de melão. O gergelim, seja o próprio grão ou em forma de pastas de gergelim, é fácil de se incorporar no dia a dia. As sementes de melão podem ser batidas com água, coadas e o suco ser consumido com mais frequência.

Algumas especiarias também colaboram para a melhora do desequilíbrio metabólico. A canela ajuda no controle da glicose, o gengibre e a cúrcuma têm ação anti-inflamatória.

Antioxidantes provenientes da romã, frutas cítricas, além de bioflavonóides encontrados na casca da uva, auxiliam no controle do peso, na manutenção dos níveis ótimos do colesterol e previnem o envelhecimento.

Frutas vermelhas são fontes de melatonina natural e podem contribuir com um sono mais saudável, especialmente quando consumidas à noite.

Frutas vermelhas

Cuidar da microbiota intestinal também é de suma importância para a redução da inflamação de baixo grau que se instala nesses casos. Para isso, é necessário traçar um plano de tratamento, de acordo com os sintomas apresentados, com alimentos que contribuam para esse equilíbrio. O uso de probióticos não deve ser feito de forma indiscriminada e nem sem acompanhamento, pois de forma errada pode favorecer o surgimento de gases e desconforto abdominal.

A prática da yoga e da meditação ajudam no equilíbrio, inclusive da microbiota, devendo ambos serem incorporados ao estilo de vida. Além disso, a atividade física regular deve ser priorizada, assim como o sono em quantidade e qualidade adequadas. A acupuntura também pode ser uma excelente aliada. Rever os hábitos para a melhora da qualidade de vida sempre vale a pena!

Serviço:

Instagram: @glauciahubner
Site: nutricaoesaude.com.br
YouTube: Nutricionista Gláucia Hübner Gonçalves

Fotos: Pixabay

** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do Portal UAI.

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