Doce Solidário - Doce Iniciativa - Territórios Gastronômicos

Doce Solidário – Doce Iniciativa

Iniciativa de duas voluntárias emociona clientes de banco em BH.

Iniciativa de duas voluntárias emociona clientes de banco em BH.

Doces por Amor

Por Isabel de Andrade*

Quando entrou no banco naquele início de tarde, Diana Dobolay deu de cara com duas moças vendendo bandejas de canudinho recheado com doce de leite. A iguaria logo chamou a atenção dessa húngara que se mudou para o Brasil com a família aos quatro anos de idade. Outro detalhe não passou despercebido. Um cartaz com a foto de um garotinho, o Nycollas Júnior Fernandes Santa Rosa, que está com quase três anos. Ela descobriu que parte da renda obtida com as vendas é destinada à família da criança, que precisa de cuidados especiais porque teve o desenvolvimento neuropsicomotor comprometido pelo nascimento prematuro.

Primeiro, Diana resolveu o que precisava na agência bancária. Mas, logo que saiu fez questão de levar uma bandeja de doces para casa. “Eu comprei porque gosto de canudinho e também fico feliz em poder ajudar”, conta.

A família do Nycollas é do Piauí, mas passa uma parte do ano em Ribeirão Preto, SP, onde o menino recebe os cuidados de que necessita. A cada R$ 10 pagos pela bandeja, uma parte é reservada para ajudar na contribuição mensal que é encaminhada para a família do Nycollas e para os pais de um outro garotinho que mora em Uberaba, no Triângulo Mineiro, e também precisa de apoio financeiro para dar continuidade ao tratamento do filho.

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A vendedora Alana Freitas Fernandes explica que a ideia partiu de uma microempresária de Franca, no interior de São Paulo. Todo mês, ela doa um salário mínimo para cada uma das duas famílias. “Ela já passou por muitas dificuldades na vida e decidiu compartilhar uma parte do que recebe com quem precisa”, diz.

Alana conta que os clientes são muito solidários e fazem questão de ajudar, principalmente quando percebem que vão levar para casa mais do que um doce, mas a possibilidade de ajudar quem necessita. Ela sente orgulho em fazer parte dessa engrenagem e encontrou na atividade uma forma de manter equilibrado o orçamento doméstico desde que ficou desempregada.

A vendedora, que também é de Franca, veio para Belo Horizonte de carona com um conterrâneo que faz tratamento em um hospital na capital mineira. Com ela, vieram outras três companheiras. Juntas, trouxeram uma remessa de canudinhos.

A educação dos mineiros encantou as vendedoras, que vieram pela primeira vez a Belo Horizonte. Elas ficaram impressionadas com a forma educada com que foram acolhidas. E mal sabem elas que por aqui, uma boa acolhida e canudinho de doce de leite fazem parte da nossa tradição.

Fotos: Isabel de Andrade

** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do Portal UAI.

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