Doce de marmelo: jóia histórica dos quintais de Minas Gerais - Territórios Gastronômicos

Doce de marmelo: jóia histórica dos quintais de Minas Gerais

Coisas simples da roça nos remetem à infância e seus sabores delicados e texturas nos emocionam. Aprenda esta receita de doce de Marmelo que faz parte das histórias dos quintais de Minas Gerais

Coisas simples da roça nos remetem à infância e seus sabores delicados e texturas nos emocionam. Aprenda esta receita de doce de Marmelo que faz parte das histórias dos quintais de Minas Gerais

Em calda ou em barra, o doce de marmelo conta parte das histórias dos quintais e das mestras doceiras de Minas Gerais em vários territórios do estado.

O marmelo, além do folclore de dar na ponta da vara- antigamente usada no castigo das “crianças levadas”, é um fruto que ainda faz parte das identidades gastronômicas regionais no norte de Minas – na região do Rio Pardo, Território do Espinhaço/Rio Pardo, e também no sul, em Delfim Moreira e Marmelópolis, no Território Mantiqueira/Sul Suíça.

Confira a receita da mestra doceira Jandira Ferreira da zona rural de Sete Lagoas, no Território do Cerrado/Portal do Cerrado.

Veja também: Como fazer doce de limão em barra

Doce de marmelo

Da Série: Doces dos Quintais de Minas Gerais*

Ingredientes:

– 2 kg de marmelo

– Água

– 1 copo (americano) de açúcar

Preparo:

Descascar os marmelos e retirar as sementes.

Picar em cubinhos e, num tacho, cozinhar, em água suficiente para cobrir, por 30 minutos ou até que fique macio.

Pôr o açúcar e retirar quando a calda ficar em ponto de fio (quando forma um fio ao escorrer da colher).

Para a marmelada: A proporção de açúcar é de 70% da fruta já descascada e limpa ( 2 kg marmelo para 1,4 Kg de açúcar) Cozinhar em fogo alto o marmelo picado ou ralado (pré amaciado na água e escorrido) com o açúcar, sempre mexendo até começar a se soltar do fundo do tacho. Despejar em uma forma.

(foto: Marcos Michelin/EM)
*Receita fornecida por Jandira Pereira Ferreira, de Sete Lagoas para o Projeto Sabores de Minas
(foto: Marcos Michelin/EM)
(foto: Marcos Michelin/EM)

Tachos de doçura

A jornada pede um caminhar mais lento e, para tanto, os viajantes seguem para a zona rural de Sete Lagoas em busca das preciosidades guardadas nas cozinhas da roça. Por tradição, o que se encontra é uma riqueza de receitas passadas de mãe para filha, das quais as que mais encantam são as dos doces de frutas. Na Fazenda Velha, comunidade a poucos quilômetros do centro urbano, exemplares de nossa cultura gastronômica são encontradas aos montes, como o doce de marmelo preparado por dona Jandira Pereira Ferreira.

Aos 78 anos, a mineira, que hoje é ajudante de uma das filhas na cozinha, lembra-se da época em que o marmelo era facilmente encontrado na região e se surpreende ao ouvir dos viajantes que nunca haviam visto a fruta. “Engraçado vocês nunca terem visto. Aqui já teve muito, era a terra do marmelo”, diz. Segundo ela, na sua casa havia três pés, fato que é motivo de piada na família. “Era um para cada filho, porque a vara do marmelo era usada para bater nos meninos”, brinca um dos netos de dona Jandira.

Diferente da marmelada, o doce de marmelo em calda leva a fruta picada em cubinhos, o que faz com que o gosto fique mais acentuado. Para acompanhar, dona Jandira não dispensa o bom queijo-de-minas. Esse sim, parceiro que não pode faltar.

Mapa dos Territórios Gastronômicos de Minas Gerais: o município de Sete Lagoas está localizado no Território Cerrado/Portal do Cerrado

EA/TG – CERRADO/PORTAL DO CERRADO

** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do Portal UAI.

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